Como descrever a sensação de estar diante de um monumento histórico que você sempre quis conhecer e que impressiona pela grandiosidade e pelas marcas que o tempo deixou? É a tentativa que farei neste texto, com um pouco de análise turística do que encontrei nas Ruínas Jesuíticas de São Miguel das Missões.
Conhecer o Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo é obrigatório para quem visita a região. Sobre o município de São Miguel das Missões, que possui pouco mais de 7 mil habitantes, a impressão que tive é de que a economia da cidade está calcada nas ruínas e no imaginário existente sobre elas para as pessoas. Não que isso seja negativo: para ingressar no Sítio Arqueológico, paga-se um valor quase simbólico (R$ 5, com meia-entrada para estudantes e idosos) e é possível assistir a um breve curta-metragem (produzido há vários anos) que conta a história missioneira, além de visualizar maquetes com construções da época, ler folders informativos e deparar-se com alguns murais. O Museu das Missões, localizado no próprio Sítio Arqueológico, possui imagens sacras e artefatos históricos – bem perto de todos estes locais, claro, está a lojinha e seus inúmeros souvenirs.
A área de localização das ruínas é fiscalizada por seguranças e, atualmente, bem preservada. No entanto, não são apenas as marcas do tempo que ficaram. Algumas das pedras usadas na construção são escurecidas (marcas provocadas por fogo); em outras, é possível ver riscos de nomes e palavras. Apesar da depredação, a magia de estar em um campo enorme e ver à sua frente as ruínas de uma igreja construída há séculos é incomparável. É bom lembrar que, em 1984, as Ruínas de São Miguel foram selecionadas como Patrimônio da Humanidade da UNESCO, o que despertou, além do cuidado com o que representa parte da história do Rio Grande do Sul, preocupação voltada ao turismo.
Ao anoitecer, o Sítio Arqueológico fecha – os seguranças percorrem a área para alertar os visitantes. É o momento de preparar tudo para o Som e Luz, espetáculo que ocorre todos os dias. A história dos Sete Povos das Missões é contada nas vozes de atores como Paulo José e Fernanda Montenegro, enquanto a igreja, as pedras e as árvores ao redor desta são iluminadas com várias cores. São aproximadamente 40 minutos de uma exibição lindíssima, capaz de ativar a imaginação através de dois sentidos (visão e audição). Também é possível comemorar a chegada de um novo ano lá mesmo, no Sítio Arqueológico, assistindo à queima de fogos.
Há muito o que se explorar e conhecer na região das Missões. Na capital missioneira, a cidade de Santo Ângelo (quase 50 km distante de São Miguel), destaco também a Catedral Angelopolitana, a Praça Pinheiro Machado e o Museu Municipal Dr. José Olavo Machado. Especialmente no Museu, nem tudo é relacionado à cultura jesuíta, mas também àqueles que ajudaram a construir Santo Ângelo (médicos, autoridades…). Mas este já é assunto para outro post.
Para os amantes de viagens que têm interesse em fazer um típico passeio missioneiro, recomendo a visita: www.rotamissoes.com.br